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MEDOS E EXPECTATIVAS NA INTRODUÇÃO ALIMENTAR AOS 6 MESES

Antes mesmo do bebê completar 6 meses a maioria das mães já fica pensando como será a próxima fase: a INTRODUÇÃO DAS COMIDINHAS.

Passa pela cabeça perguntas bem “técnicas” como:

O que oferecer? Qual fruta primeiro? Em que horário?

Mas também passa pela cabeça perguntas com um sentindo um pouco mais amplo como:

“Será que ele vai aceitar? Será que vai comer tudo? Será que saberei cozinhar para ele? Será que vai gostar da minha comida?

Hoje, como mãe e nutricionista, vejo muitas REGRAS no processo de Introdução Alimentar que acabam atrapalhando e muito esse momento de descobertas por parte do bebê.

Essa nova fase exige muita PACIÊNCIA e EMPATIA dos familiares. Deixar que o bebê tome frente em seu processo de alimentação.

Então, a partir daí ele começa a se preparar para comer outros alimentos, e vai comer, assim que estiver pronto para isso. Ele vivencia a alimentação TODOS os DIAS de sua vida. Nós pais, não paramos de comer quando um bebê nasce. E cada situação que envolve o comer, o bebê está ali, observando, curioso. Aprendendo.
Imagem: Freepik

Sabe-se que a recomendação é somente iniciar a oferta de outros alimentos depois dos 6 meses de idade, pois até lá o leite é suficiente em todos os aspectos.

E é a partir desse marco que observamos que o bebê começa a ficar “pronto para comer”.

Aspectos de prontidão vão se mostrando cada vez mais claros, sentar sozinho, segurar objetos e levar até a boca com precisão, interesse intensificado pela comida…

Bom, o que vejo acontecer na vivência do meu dia a dia com outras mães é que existe uma ANSIEDADE muito grande quando chega esse momento. Há uma EXPECTATIVA por parte das mães e também de todos os familiares.

Muitas vezes existe até uma “pressão” por parte de pessoas ao redor para que se ofereça antes do tempo… Há um grande PREPARO para o GRANDE DIA!!!

Prepara-se as máquinas fotográficas e filmadoras para registrar o momento, se faz uma compra ESPECIAL para o bebê, uma fruta ESPECIALMENTE escolhida na feira de orgânicos. Muitas vezes, neste dia também terá plateia, pais, avós… e até mesmo uma video chamada para que a dinda do bebê acompanhe de longe esse momento tão especial. Bom, vocês podem imaginar o tamanho da EXPECTATIVA.

E será que esse sentimento também não será transferido para o bebê?!

Acontece que muita gente não sabe que INTRODUÇÃO ALIMENTAR é um PROCESSO de aprendizagem, vai evoluindo conforte o bebê vai se desenvolvendo em diversos aspectos.

Desenvolvimento motor, neuronal, enzimático… a evolução da alimentação vai de acordo com esses marcos. Por isso tão importante respeitar o bebê, afinal somente eles saberão quando evoluir.

Nós adultos auxiliamos e proporcionamos as experiências e contato com os alimentos. Quem evolui são eles!

Por isso, o ideal é entrarmos nesse processo de aprendizagem junto com o bebê. Tentar se conectar com o bebê e sentir como ele está sentindo esse momento. Deixá-lo seguro nessa transição, do mamar exclusivamente para o se alimentar com alimentos sólidos e variados.

Quero deixar bem claro, que independentemente do método de introdução alimentar utilizado, seja oferecendo a comida amassadinha (papinha) ou o método Baby-Led Weaning, o qual você oferece os alimentos em pedaços (finger foods) para que a criança pegue com suas próprias mãos, em ambos você pode respeitar todos os sinais que o bebê demonstra nesse momento. Dando autonomia a esse bebê e fazendo desse momento algo muito leve e tranquilo.

Claro que algumas “regras” devem ser seguidas, algumas recomendações.

Mas, o que eu acho um pouco distorcido, são orientações como “Seu bebê precisa comer 150gr de papa salgada duas vezes ao dia”, ou então, “Ele precisa comer a cada 3 horas somente”. E diante dessas orientações muitas mães se veem “presas” nesse processo. Engessadas em um cardápio pronto, sem liberdade de escolher o próprio alimento para seu bebê.

Resumindo:

– Vamos tentar diminuir nossas expectativas diante desse processo;

– Vamos cada menos olhar para os relógios de parede e olhar para os sinais do nosso bebê;

– Vamos nos importar menos com quantidades “ditas” corretas para comer;

– Vamos confiar no nosso “instinto” e seguir com muita EMPATIA e PACIÊNCIA nesse processo!

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Por: Nutri Fabiola

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