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Bebês nascidos na Irlanda no primeiro lockdown da covid-19, apresentaram taxas altas de dermatite atópica

Uma carta publicada no jornal Pediatric Allergy and Immunology concluiu que bebês nascidos na Irlanda durante o primeiro lockdown da covid-19, no período entre março e maio de 2020, apresentaram taxas mais altas de dermatite atópica (DA) e de sensibilização (mas não alergia) a ovo.

O projeto CORAL consiste em um planejamento de coorte de nascimento único que avalia a desregulação alérgica e autoimune em bebês nascidos entre março e maio de 2020, durante o primeiro lockdown devido à covid-19 na Irlanda. Os pesquisadores levantaram a hipótese de que as dramáticas mudanças sociais e ambientais impostas pelo lockdown durante a pandemia teriam implicações na incidência de condições alérgicas.

Os pesquisadores já haviam publicado, previamente, resultados de bebês aos 6 meses de idade. No entanto, 365 bebês foram inscritos no estudo e 344 foram mantidos no estudo até 12 meses. Os resultados foram comparados com uma coorte irlandesa de nascimentos pré-pandemia de um outro estudo, denominado BASELINE.

Imagem: Freepik

Dos 344 lactentes incluídos, 55% eram do sexo masculino e 96% eram brancos. Incluindo os resultados do teste de PCR baseado na comunidade e do teste de anticorpos CORAL 16/344 (4,7%) dos bebês da coorte CORAL foram diagnosticados com SARS-2-CoV por 12 meses. Apesar da segunda e terceira ondas antes das consultas de 12 meses, a positividade de anticorpos permaneceu baixa nos lactentes em 11/344 (3%).

Um total de 15,5% dos bebês na coorte pré-pandemia BASELINE (2008) tinham dermatite atópica (DA) aos 12 meses de idade. Por outro lado, 25,3% (n = 87) dos bebês da coorte CORAL tinham DA (P < 0,0001). Além disso, 74 desses 87 lactentes apresentavam DA ativa na consulta de 1 ano de vida, sendo 56 (76%) com DA leve, 15 (20%) com DA moderada e 3 (4%) com a forma grave da doença.

Ambas as coortes tiveram taxas de sensibilização e alergia semelhantes para leite e amendoim, mas a coorte BASELINE teve taxas mais baixas de sensibilização a ovo (3,7% versus 5,8%; P = 0,02) e alergia a ovo (2,7% versus 3,2%).

Na coorte CORAL, 54% dos bebês aos 6 meses e 35% aos 12 meses ainda estavam recebendo leite materno, em contraste com dados de 2015 descritos pelos pesquisadores, indicando que 58% dos bebês nascidos no país estavam recebendo leite materno após o nascimento, depois da alta hospitalar, caindo para 35% aos 3 meses, 15% aos 6 meses e 11% aos 9 meses.

O retorno ao trabalho foi relatado por 227/344 (66%) das mães na revisão de 12 meses. A idade do lactente no retorno variou de 2 a 12 meses (média de idade de 9,1 meses). Vinte e nove por cento das mães que retornaram ao trabalho no grupo CORAL ainda estavam amamentando aos 12 meses, o que os pesquisadores chamaram de “dramaticamente maior” do que os números pré-pandemia, atribuindo esse aumento às mães que trabalharam em casa e à conveniência, acesso ou privacidade que elas desfrutaram, o que pode ter proporcionado o maior sucesso do aleitamento. Confira aqui os benefícios da amamentação prolongada!

Conclusão

Em conclusão, os pesquisadores descreveram que, aos 12 meses, a coorte CORAL apresentou taxas mais altas de sensibilização a ovo e DA, mas não alergia a ovo, quando comparada a um conjunto de dados históricos nacionais irlandeses. No entanto, o uso de antibióticos e a ocorrência de doenças infantis e hospitalização em pediatria foram muito menores nesta coorte. Além disso, as taxas de amamentação foram mais altas do que os números pré-pandemia.

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Referência Bibliográficas:

CASTRO, Roberta. PEBMED. Aumento da taxa de dermatite atópica em bebês que nasceram durante o primeiro lockdown por covid-19 na Irlanda. 2022. Disponível em: <https://pebmed.com.br/aumento-da-taxa-de-dermatite-atopica-em-bebes-que-nasceram-durante-o-primeiro-lockdown-por-covid-19-na-irlanda/>. Acesso em 19/04/22.

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